sexta-feira, 10 de abril de 2009

Quando o piloto fazia a diferença

Para quem não assistiu a Formula 1 da época em que o dinheiro do patrocinador tinha um peso menor do que a vontade de ser o mais rápido, de ser um vencedor, não consegue sequer imaginar o que é “ ter a faca entre os dentes”, só mesmo tendo visto as disputas entre Villeneuve e Arnoux , entre Senna e Mansell ou entre Senna e Prost, era de arrepiar e quando vemos os VTs ainda sentimos tal emoção.
Na geração pós Senna, eu só estou vendo o Massa com esta garra (não consigo esquecer dele com o dedo em riste na cara do Alonso quando ele fez o teatrinho dele ao descer do carro e indicar que o Massa encostou na lateral do Mclaren) e olha que sou um fã do Rubinho, acompanho sua carreira desde do Kart e sempre torço muito por ele , mas falta nele aquela vontade de ser algo mais, aquele algo a mais que Senna, Mansell, Gilles Villeneuve, René Arnoux tinham de sobra.
A falta de ultrapassagem e bons espetáculos têm como causas principais o uso esarcebado da eletrônica e a falta de sangue nas veias nos muitos dos pilotos, muitos tendo atitudes de jogadores de futebol (o que meu patrocinador irá dizer se eu me machucar e não puder estar na próxima partida mostrando minha chuteira prateada?).
A FIA tem que tirar a influência dos "grandes patrocinadores" nas equipes, limitando gastos à patamares em que uma equipe possa reunir “pequenos” patrocinadores e criar, com o uso de mentes brilhantes e não computadores caros, grandes carros (seria mais ou menos a volta dos garagistas).
É preocupante ver certas equipes da F1 gastando mais dinheiro num motorhome para receber convidados que uma equipe da IRL gasta numa temporada inteira para manter toda a sua estrutura e aí o argumento de os gastos são para criar tecnologia de ponta cai por terra (vcs já olharam as sedes das equipes?).
As montadoras deveriam ser apenas fornecedoras de motores, deixando o resto para os “novos garagistas” e seus pilotos (ganhando por pontos conquistados) aí sim todos voltariam a ver pegas como os de Senna X Mansell ou Arnoux X Villeneuve.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

gênios esquecidos

Não seria uma irresponsabilidade aceitar a importação do carro indiano, o Nano como é conhecido? Este veículo não possui catalisador ou um sistema alternativo eficaz para reduzir os poluentes lançados ao meio ambiente, o argumento de que faz mais de 20Km/l (é o que a TATA promete) é tentador, mas qual seria o custo desta “economia”? Seria mais ou menos como se toda a nossa frota de VW Gol voltasse a usar a motores refrigerados a ar.
E por falar em Nano, eu não poderia deixar de lembrar uma das maiores injustiças cometidas pela nossa imprensa especializada, com raras exceções, que últimamente esta fazendo um alarde enorme sobre o surgimento de veículos como o Nano e o Smart

















e se esquecem que deram tão pouco espaço para divulgação de veículos como o Aruanda e o Gurgel, e que hoje, já devidamente evoluídos tanto estética como tecnologicamente, não deveriam nada as marcas mais badaladas. Mas vamos dar uma relembrada lá no “passado” e rever alguns exemplos de projetos que tinham tudo para dar certo:

O Aruanda projetado em 1965 por Ari Antonio da Rocha
Projeto premiado até no salão de Turim de 65 e fazia 25Km/l.











O Itaipu de 1974 uma idéia embrionária e visionária de um gênio brasileiro que estava a frente do seu tempo, mas em 74 as baterias eram muito pesadas e de pequena autonomia, hoje, com a moderma tecnologia, daria certo.













O Itaipu E400 de 1975 para uso em entregas.


















O Economini de 1981 criado por Cláudio Roberto Maruggi,


















O Mini-Puma de 1982 projeto que nunca recebeu incentivo.





















O Alcar 400 de 1982 idéia dos irmãos José Cláudio e Carlos Antonio Hansen, um carro de linhas (até para os padrões de beleza de hoje) muito atraentes.


























Gurgel Itaipu E250 de 1984.
















O BR800 de 1987 outra grande idéia de Gurgel e que poderia ser uma grande solução para o transporte nos grandes centros.
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O Motomachine de 1991, que como o próprio nome sugere, era uma moto de quatro rodas.


















Como nós vimos, não é por falta de boas idéias e grandes mentes, que o Brasil vai ficar olhando, mais uma vez, os outros "mercados" ficando com as glórias da "inovação" no setor automobilistico e olha que até para a técnologia "flex" vai pelo mesmo caminho.

Os mestres do automobilismo brasileiro

Como nós temos memória curta não nos lembramos de que se hoje temos grandes nomes, na formula 1 e na IRL, muito devemos aos mestres (Luis Pereira Bueno, Bird Clemente, Wilson Fittipaldi e José Carlos Pace, meus ídolos neste esporte) de um passado, não tão distante assim, que deram exemplos de dedicação e profissionalismo numa época em que quase tudo era encarada de forma amadora e quase irresponsável.
Acho que poucos sabem o que era fazer 140 km/h de média numa corrida de 500 Km debaixo de chuva e correndo de berlineta Interlagos 1300.



Ver o Bird Clemente pilotando a berlineta era um show à parte, as curvas feitas em derrapagem controlada, com o carro todo de lado, eram verdadeiramente eletrizantes.















O estilo que não deixava o Peroba (Luis Pereira Bueno) muito contente, pois com sua maneira perfeita de pilotar, achava desnecessário pilotar desta maneira, que segundo ele desgastava em demasia os pneus e sem beneficio de tempo ( mas que era bonito de ver, isto era). Um passado que parece não voltar mais e que graças a Deus eu pude assistir ao vivo.











Não lembramos mais do grande empreendedor que sempre foi, e ainda é, o Wilson Fittipaldi Jr.





alguém lembra do Fitti V, idéia que trouxe da Europa em 66 ?














E do Fitti-Porsche ( um redesenho do 906) ?





este carro era muito bonito e olha que grande parte dele foi feito a mão, na base martelinho pelo Chico Picciuto.






e do Fitti 3200 com dois motores vw de 1600 e mais de 300 e muitos HPs ( já temos aí o envolvimento de um gênio, o Ricardo Divila) alguém lembra?
















Mas a sua grande obra e que mais uma vez não demos o devido valor na época, foi criar uma equipe de fórmula 1 totalmente brasileira.







A equipe Fittipaldi foi uma obra que teve inicio, mas nossa imprensa não deixou ter um final digno (na época não tinha jornalistas especializados, se bem que ainda hoje escuto jornalista comentando que não entende como a escolha de pneus pode afetar o desempenho do carro, pois para ele pneu é pneu, ou então um repórter de uma rádio, muito famosa, que perguntou ao Rubinho logo após o treino de sexta feita de 2001 ou 2002, em que ele havia sido o mais rápido, se no sábado ele, Rubinho, conseguiria uma classificação melhor) , pois tratou o projeto de maneira pouco respeitosa, para não falar irresponsável, pois pode melindrar algum jornalista daquela época, bem como os meios de comunicação (até programas humorísticos) usavam os resultados (normais para uma equipe tão nova e usando um parque industrial sem experiência necessária) como muleta para a baixa qualidade dos programas da época.
Esta situação chegou a um ponto dos patrocinadores fugirem para não ter seu nome ligado à equipe. Olha que com pouco mais de três anos de vida, o carro dos Fittipaldi já andava na frente Mclaren, Renault, Arrows e outras. Pois é, se ao invés de rir e fazer chacota por não ter vencido a corrida, tivéssemos aplaudido os 2ºs, os 3ºs ou os 4ºs lugares, hoje a história seria diferente, quem sabe o carro do campeão de 2008 não tivesse sido uma Mclaren, mas sim um Fittipaldi, é para se pensar não?.
Eu sou suspeito para falar, pois sou um grande admirador do Wilson Fittipaldi Jr e de toda sua obra, mas acho que ele está entre os grandes nomes do nosso automobilismo e eu o tenho, juntamente com outro grande nome da nossa industria, João Augusto do Amaral Gurgel, como exemplo de determinação e garra.