quinta-feira, 9 de abril de 2009

Os mestres do automobilismo brasileiro

Como nós temos memória curta não nos lembramos de que se hoje temos grandes nomes, na formula 1 e na IRL, muito devemos aos mestres (Luis Pereira Bueno, Bird Clemente, Wilson Fittipaldi e José Carlos Pace, meus ídolos neste esporte) de um passado, não tão distante assim, que deram exemplos de dedicação e profissionalismo numa época em que quase tudo era encarada de forma amadora e quase irresponsável.
Acho que poucos sabem o que era fazer 140 km/h de média numa corrida de 500 Km debaixo de chuva e correndo de berlineta Interlagos 1300.



Ver o Bird Clemente pilotando a berlineta era um show à parte, as curvas feitas em derrapagem controlada, com o carro todo de lado, eram verdadeiramente eletrizantes.















O estilo que não deixava o Peroba (Luis Pereira Bueno) muito contente, pois com sua maneira perfeita de pilotar, achava desnecessário pilotar desta maneira, que segundo ele desgastava em demasia os pneus e sem beneficio de tempo ( mas que era bonito de ver, isto era). Um passado que parece não voltar mais e que graças a Deus eu pude assistir ao vivo.











Não lembramos mais do grande empreendedor que sempre foi, e ainda é, o Wilson Fittipaldi Jr.





alguém lembra do Fitti V, idéia que trouxe da Europa em 66 ?














E do Fitti-Porsche ( um redesenho do 906) ?





este carro era muito bonito e olha que grande parte dele foi feito a mão, na base martelinho pelo Chico Picciuto.






e do Fitti 3200 com dois motores vw de 1600 e mais de 300 e muitos HPs ( já temos aí o envolvimento de um gênio, o Ricardo Divila) alguém lembra?
















Mas a sua grande obra e que mais uma vez não demos o devido valor na época, foi criar uma equipe de fórmula 1 totalmente brasileira.







A equipe Fittipaldi foi uma obra que teve inicio, mas nossa imprensa não deixou ter um final digno (na época não tinha jornalistas especializados, se bem que ainda hoje escuto jornalista comentando que não entende como a escolha de pneus pode afetar o desempenho do carro, pois para ele pneu é pneu, ou então um repórter de uma rádio, muito famosa, que perguntou ao Rubinho logo após o treino de sexta feita de 2001 ou 2002, em que ele havia sido o mais rápido, se no sábado ele, Rubinho, conseguiria uma classificação melhor) , pois tratou o projeto de maneira pouco respeitosa, para não falar irresponsável, pois pode melindrar algum jornalista daquela época, bem como os meios de comunicação (até programas humorísticos) usavam os resultados (normais para uma equipe tão nova e usando um parque industrial sem experiência necessária) como muleta para a baixa qualidade dos programas da época.
Esta situação chegou a um ponto dos patrocinadores fugirem para não ter seu nome ligado à equipe. Olha que com pouco mais de três anos de vida, o carro dos Fittipaldi já andava na frente Mclaren, Renault, Arrows e outras. Pois é, se ao invés de rir e fazer chacota por não ter vencido a corrida, tivéssemos aplaudido os 2ºs, os 3ºs ou os 4ºs lugares, hoje a história seria diferente, quem sabe o carro do campeão de 2008 não tivesse sido uma Mclaren, mas sim um Fittipaldi, é para se pensar não?.
Eu sou suspeito para falar, pois sou um grande admirador do Wilson Fittipaldi Jr e de toda sua obra, mas acho que ele está entre os grandes nomes do nosso automobilismo e eu o tenho, juntamente com outro grande nome da nossa industria, João Augusto do Amaral Gurgel, como exemplo de determinação e garra.

Um comentário:

  1. Isso me trás recordações fantasticas. torci muito por Emersom e Rosberg (deculpe se a grafia não estive correta) Foi para mim um periodo de orgulho ver este carro correndo na formula 1, e mais ainda conseguindo um 3 lugar aqui no Brasil.

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